segunda-feira, 9 de junho de 2008

Humanização dos Professores



Vou contar-vos uma estória... não remete para a Sicília, como a foto, mas fala-nos de como podemos ser grandes...



É uma das estratégias que julgo pertinentes na educação pela emoção para chegar à razão. Através da humanização dos professores, tornamo-nos nós mesmos os contadores de “estórias” simples, de vida, da nossa vida, mas que desenvolvam a criatividade, estimulem a sabedoria e principalmente contribuam para educar a emoção no acto de apreender.

O exemplo conta-se em poucas palavras. Aluna retida no nível 7º ano por três vezes e a caminho da quarta. Estamos no final do ano e existe um inquietação, frustração e desinteresse no ar. A aluna pressente que está na iminência de deixar os colegas passar por si mais um ano lectivo. Sente-se desolada e só consigo mesma.

Neste panorama de referência e depois de implementar tantas estratégias de bons pensadores decidi contar uma história, esta especial, porque era a história da minha vida… A professora tinha-se humanizado. Mostrei-lhe a adolescente que a professora foi, com todos os seus medos, receios e anseios. Conheceu o seu percurso de vida, que envolveu perdas e problemas decorrentes de más escolhas e decisões incorrectas. À medida que a estória se desenrolava a aluna ia expondo o seu estado de espírito e chorou, chorou muito… mas conseguiu entender que para bem aprender temos de nos conhecer, formar objectivos de vida e segui-los.

Naqueles momentos de educação emocional senti a força e amplitude que o meu grito provocou no seu coração. O cérebro comandou a mudança de atitudes relativas ao seu comportamento em sala de aula, à sua motivação para o estudo e à sua relação consigo mesma, agora, mais forte e capaz de vencer as vicissitudes da vida. Transitou de ano sem níveis negativos…

É preciso gritar dentro do coração e contar estórias de vida suaves para não gritar ao ouvido.

Maria Clara Fonseca

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